Pesquisar este blog

quinta-feira, 9 de setembro de 2010






FIO DE CABELO


(XITÃOZINHO & XORORÓ)

Quando a gente ama

Qualquer coisa serve para relembrar
Um vestido velho da mulher amada
Tem muito valor
Aquele restinho do perfume dela que ficou no frasco
Sobre a penteadeira
Mostrando que o quarto
Já foi o cenário de um grande amor
E hoje o que encontrei me deixou mais triste
Um pedacinho dela que existe
Um fio de cabelo no meu paletó
Lembrei de tudo entre nós
Do amor vivido
Aquele fio de cabelo comprido
Já esteve grudado em nosso suor

Quando a gente ama
E não vive junto da mulher amada
Qualquer coisa à toa
É um bom motivo pra gente chorar
Apagam-se as luzes ao chegar a hora
De ir para a cama
A gente começa a esperar por quem ama
Dá a impressão que ela venha se deitar

E hoje o que encontrei me deixou mais triste
Um pedacinho dela que existe
Um fio de cabelo no meu paletó
Lembrei de tudo entre nós
Do amor vivido
Aquele fio de cabelo comprido
Já esteve grudado em nosso suor

Fogão de Lenha

Chitãozinho e Xororó

Idioma original: Portugues

Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho da manhã cobrindo as flores
Um raio de luar que era tão meu
O sonho de grandeza, ó mãe querida
Um dia separou você e eu
Queria tanto ser alguém na vida
Apenas sou mais um que se perdeu
Pegue a viola, e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule da café em cima do fogão
Fogão de lenha, e uma rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar
Mãe eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu partí
Hoje eu já sei, ó mãe querida
Nas lições da vida eu aprendi
O que eu vim procurar aqui distante

Eu sempre tive tudo

e tudo está aí...



VIOLA


A viola chora, encostada em meu peito
Seu som é perfeito, em cada harmonia
O seu ponteado é doçura completa
Inspira o poeta a escrever poesia
Viola é paixão, amor e saudade
Meiguice que invade o coração da gente
Se tem violeiro, alegria e festa
A viola em seresta esta sempre presente

Viola é magia, é remedio prá alma
Viola é a calma prá um sofredor
Viola é criança que segue meus passos
E chora nos braços desse cantador

Tenho mil motivos prá amar a viola
Ela me consola e me traz emoção
Viola é parceira dos dedos ligeiros
Desse violeiro ela é a paixão
Viola é orgulho do nosso país
A viola raiz, me trouxe a vitória
Viola é pureza, exemplo de arte
A viola faz parte da nossa história

Viola é magia, é remedio prá alma
Viola é a calma prá um sofredor
Viola é criança que segue meus passos
E chora nos braços desse cantador

Viola é magia, é remedio prá alma
Viola é a calma prá um sofredor
Viola é criança que segue meus passos
E chora nos braços desse cantador
Viola é paixão, é amor e saudade

xitãozinho & xororó

ESTA É A MINHA MÚSICA
(ANERIA)

CAIPIRA

O que eu visto não é linho
Ando até de - pé no chão
E o cantar de um passarinho
É pra mim uma canção
Vivo com a poeira da enxada
Entranhada no nariz
Trago a roça bem plantada
Pra servir meu país

Sou, sou desse jeito e não mudo
Aqui eu tenho de tudo
E a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato
Me orgulho de ser caipira

Doutor, eu não tive estudo
Só sei mesmo é trabalhar
Nessa casa de matuto
É bem–vindo quem chegar
Se tenho as mãos calejadas
É do arado rasgando o chão
Se minha pele é queimada
É o sol forte do sertão.


Sou, sou desse jeito e não mudo
Aqui eu tenho de tudo
E a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato
Me orgulho de ser caipira

Enquanto alguns fazem guerra
Trazendo fome e tristeza
Minha luta é com a terra
Pra não faltar pão na mesa
As vezes vou a cidade
Mas nem sei falar direito
Pois caipira de verdade
Nasce e morre desse jeito

Sou, sou desse jeito e não mudo
Aqui eu tenho de tudo
E a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato
Me orgulho de ser caipira

Chitãozinho & Xororó -

O PASSAGEIRO

Embarquei no destino
Em visita ao descohecido
O homem, deixou lá o menino
Neste comboio destemido

Tive viajantes ao meu lado
Uns falantes outros calados
Estive solitário, apaixonado
Na bagagem honras e pecados

Atravessei campos, planícies, cerrado
Me impresseionei, frustrei, silenciei
E assim n’alma palpitou o aprendizado
Se escravizado, a dor ao mundo bradei

Então neste trilho em plural caminhei
Se olhei para trás, a saudade avistei
Se amendrontei, não há de haver outra lei
Se chorei, foi de rangor ou alegria eu sei

Nestes precentimentos, usei o sentimento
Minha melhor melodia nos tormentos
Fiz do coração o meu melhor instrumento
Compondo notas na sinfonia dos alentos

Vou, vamos nós homens nestas paisagens
Com sonhos alados, enfeitiçados, por inteiro
Pois se metade, ao medíocre seremos renféns
Nesta carruagem onde somos...O passageiro.

Luciano Spagnol
Rio, Setembro, 09/2010
08’38”
www.poesiaempauta.fst.br
site do autor

Luciano Spagnol